Anuacy Fontes

Quem me conhece sabe que desde muito tempo aprecio o jazz e o tenho tocado bastante por aí. Acho que ainda vou toca-lo muito, mas...,

Anuacy Fontes

"quando eu pego a viola eu me sinto bem, faço bem ao coração, como chuva miudinha que de manhãzinha alegra a plantação"

Anuacy Fontes

"...quando eu pego a viola apascento a harmonia aprumando a melodia nos acordes que eu fiz brotar..."

Anuacy Fontes

Me sinto mais brasileiro, me sinto mais desse chão, da poeira, das estradas, das conversas nas calçcadas, das noites enluaradas, da alegria,... da paixão.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vídeo: Donos do Céu - Anuacy Fontes (CD Donos do Céu)

Click aqui para visualizar o clip a música Dosnos do Céu do meu mais novo trabalho "Donos do Céu"




 

domingo, 30 de janeiro de 2011

JANGADEIRO

JANGADEIRO  -  Anuacy Fontes

O jangadeiro vai pegar o mar
Vento vai pegar jangadeiro ali
E no balanço do banzeiro vai
Jangadeiro em paz
Pegar seu quinhão

Da  praia
Se vê o jangadeiro
Na rede é ligeiro
Entre as ondas pra escapar
Da rebentação
O jangadeiro vai buscar a sorte
Enganando a morte
No labor ao sol

O jangadeiro já conhece o mar
Sabe respeitar o que Deus criou
Tem certos dias que ele nem se arrisca
Pois de longe avista
Que o céu escureceu

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A MÚSICA BRASILEIRA DE HOJE NUMA VISÃO "JOBINIANA"

Hoje Tom Jobim faria 84 anos, mas para a música popular brasileira, ele é imortal, considerado um divisor de águas em nossa cultura e tido pela crítica internacional como o grande representante da musicalidade brasileira.
Tive o grande prazer de rever esta semana uma entrevista de Tom Jobim exibida no programa Roda Viva da TV cultura em 1993. Grande maestro, compositor que lamentavelmente  nos deixou no dia oito de dezembro de 1994; grande perda para a música brasileira, grande e irreparável perda para a cultura brasileira. E numa dissertação simples sobre a sua leitura da música popular brasileira ele comenta que hoje a música perdeu muito de suas possibilidades. Não existe mais uma construção harmônica, os textos e linhas melódicas são simplórias, superficiais. Ele mesmo ressalta que não tem mais tempo e ambiente para compor como antes; isto quer dizer que para compor é preciso tempo e disponibilidade, além de talento, os afazeres do dia a dia, lhe roubam o tempo de criação e maturação das idéias. "hoje o artista cria alguma coisa interessante, e não pode continuar evoluindo, tem que levar aquilo o resto de sua carreira, a exemplo disto temos a Carmem Miranda, que colocou um abacaxi na cabeça e teve que carregá-lo a vida toda. A música brasileira perde gradativamente sua personalidade, diz Tom Jobim comentando  Mário de Andrade, poeta, escritor, e um dos criadores do modernismo no Brasil: se você for um músico medíocre, faça música brasileira, se for um músico mais ou menos, faça música brasileira, se for um gênio da música, faça música brasileira. Tom se dizia totalmente ligado à palavra, por isso sua letras eram tão marcantes e cheias de personalidade. Hoje na música não existe uma preocupação com o texto, apenas com o som, algo de facílima compreesão. Harmonia, nos termos que se conhece, não existe mais, caiu-se em um processo simplório de composição. Hoje, na busca de novas idéias que agradem o público , os compositores e produtores desenvolvem uma falsa intimidade com a verdadeira música, a música que tem estrutura e forma, e isso os leva ao caminho do equívoco. Agradar a um público que já não desenvolve mais com tanta frequência o hábito da leitura, da poseia, da literatura, dos autores  dos poetas brasileiros, é inevitavelmente caminhar para o consumismo barato, e aí os artistas são forçados a levar "o abacaxi na cabeça por toda a sua carreira".
Tom Jobim não está mais presente como artista em nossa cultura, mas a sua música é referência de bom gosto, e quando se toca no nome Tom Jobim nas rodas de música, aí se percebe  o respeito como que se tocasse em um assunto inatingível, tamanha é a superficialidade atual de nossa cultura musical.
Ser simples não é ser simplório, e o difícil é fazer o complexo soar simples e belo. Isto Tom Jobim conseguiu, e nos deixa o grande exemplo, a grande lição, a direção. Quem tem ouvidos ouça, quem tem bom gosto, ouça, quem é brasileiro, orgulhe-se da música jobiniana. Ouvir Tom Jobim não é apenas escutar música mas se aculturar, se educar musicalmente, absorver conteúdos de letra, melodia e harmonia. 
A música é a ferramenta mais didática que uma sociedade pode ter, e o que estamos fazendo desta ferramenta?; o que estamos ensinando?; que valores culturais, poéticos, forma e estrutura estamos passando? Só se ensina o que se conhece, e o que se conhece hoje em termos de música é válido ensinar?

Anuacy Fontes
                                                                             Veja a entrevista de
Tom Jobim no Youtube:

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

IMPRESSÕES...

Um conto. 

Tenho a impressão que quando se conta um conto, conta-se as contas da imaginação. Contanto que se conte com a contagem da fantasia, o conto contorna a realidade.
Com a imagem conhecida na ficção contrasta-se o conto da vida.
Conto com a combinação dos contos contados,
para encontrar as contas perdidas.



Anuacy Fontes 

MUSICOTERAPIA

Porque uma música nos dá uma senssação de paz, de leveza?
E outra de inquietação e euforia?
A música mexe com os estados da alma?
Funciona como de terapia?
Com certeza! Tenho experienciado e experimentado isto, e tenho visto um resultado excelente. Como experiência pessoal, digo que este meu último CD "Donos do Céu", em fase de finalização, é meu calmante, pois quando paro e simplesmente o ouço, sem uma audição técnica ou crítica, mas apenas como um receptor de mensagens musicais, e me desprendendo de problemas ou preocupações momentâneas para dar espaço a este som, começo a sentir uma discreta leveza. a sua sonoridade me encaminha para cenários diferentes, porém de beleza inexplicável pois sei sentir esta beleza, mas não sei lhe descrever exatamente.
Esta sensação pode ser explicada; o cenário que ela desenha, não. Em outras postagens vamos comentar tecnicamente como isto acontece, mas agora gostaria apenas de ressaltar que este tipo de resultado com a música remonta tempos antigos registrada no livro mais antigo e lido no mundo até hoje a Bíblia. 

Vamos examinar um texto bíblico que conta o episódio acontecido entre o jovem Davi, posteriormente rei, e o então atual rei Saul, descrito no  primeiro livro do profeta Samuel, antigo testamento.
Tenho a liberdade de pensar particularmente neste caso do rei Saul, como mais que enfermidade espiritual,  sem negar, é claro, a efetivação de um plano divino envolvendo Saul e Davi, mas, um tipo de tormento objetivado em enfermidade neurológica a qual era momentaneamente aliviada pelos efeitos musicais rítmicos e melódicos causados por notas de tensão e relaxamento, e principalmente antecipação rítmica, gerados pela “apreciação”  pessoal por melodias emitidas por um instrumento musical executado que cientificamente é compreendida e expectada pelo cérebro provocando um aumento no exercício de sua função biológica inconsciente, reativando consideravelmente a comunicação nervos / músculos. Adoto este conceito baseando-me em relato clínico descrito pelo Dr. Oliver Sacks, que descreve princípios neuroterapeuticos realizados em pacientes que apresentavam sintomas que considero semelhantes aos descritos apresentados pelo rei Saul mencionado na Bíblia no 1ª  livro do profeta  Samuel capítulo 16 verso 18,  sintomas estes também observados nos pacientes do Dr. Oliver, e relatado pelo mesmo, "confundia-se às vezes com algum tipo de mudança de caráter, perda do controle consciente, parecido com “posseção”, atormentados, citado em “Música Cérebro e Êxtase”; capítulo 10; Robert Jourdain, Ed. Objetiva /98".. Neste episódio, lemos nos registros bíblicos encontrados  no 1º livro do profeta Samuel cap. 16 versos 16 e 17, o  próprio rei ordena aos seus servos que tragam um exelente músico, alguém que realmente tocasse bem, pra que ele se sentisse melhor. O rei então cria uma expectativa de terapia eficaz. Neste primeiro momento a terapia funciona, porém como veremos mais adiante isto não dá muito certo. Examinando um pouco o momento agora, o termo que descreve a enfermidade do rei Saul, vemos que a palavra Hebraica pode descrever algo que aflige, perturba ou que é danoso, ( Livro   do profeta Samuel cap. 16 vesro 14  Bíblia de Estudo de Genebra - nota ), Posteriormente, em outro encontro etre Davi e o rei Saul, no Cap. 18 verso 10 desta mesma citação, vemos claramente a ligação entre perturbação psicológica e possessão, nesta passagem, especificamente ; vemos que a função terapêutica de  Davi não foi concretizada; isto se deve, podemos concluir assim, que agora existe um  pré disposição de Saul em rejeitar a pessoa de Davi“não apreciação” , (1º Livro do profeta Samuel cap. 18 verso 19 ), consequentemente tudo que vinha de Davi era bloqueado psicologicamente; Sauldesenvolveu internamente sentimentos comuns aos homens vazios de Deus: indignação e ciúme inveja( 18:8 ); Neste ponto a terapia musical já não sugia efeito pois o organismo psicológico do rei Saul já tinha criado antecipadamente um rejeição a um elemento do tratamento, o jovem Davi.

Para que a terapia musical tenha efeito é preciso haver predisposição do indivíduo tratado, recpção espontânea para absorver o tratamento, pois estamos lhe dando com o psicológico que ainda tem muito de subjetividade.



Na próxima postagen abordaremos o que causou a aceitação e rejeição do rei Saul ào jovem Davi e  como isso prejudicou a musicoterapia.
Até lá. 
Abraço a todos
Anuacy Fontes